MADRI, 22 de mar de 2006 às 18:21
Depois que a organização terrorista Euskadi Ta Askatasuna (ETA) anunciou hoje um "cessar fogo permanente" a partir do próximo dia 24 de março, o Secretário e porta-voz da Conferência Episcopal Espanhola (CEE), Pe. Juan Antonio Martínez Camino, disse que o que os cidadãos de bem esperam é o anúncio de seu "desaparecimento e dissolução"."O ETA deveria anunciar seu desaparecimento e dissolução, isso é o que esperam os cidadãos de bem", disse o porta-voz episcopal durante uma entrevista coletiva na CEE, que se viu interrompida pela notícia do comunicado do grupo terrorista transmitido pela televisão pública basca.
O Padre Martínez Camino afirmou que "nos congratulamos" pela vontade expressada no comunicado difundido através de um vídeo de que o ETA não vai matar, nem a extorquir, nem continuará perpetrando ações terroristas. Entretanto, acrescentou, "parece-nos pouco".
"o ETA não pode colocar nenhum tipo de preço" nos direitos fundamentais das pessoas e o funcionamento das instituições democráticas, disse o sacerdote depois do novo anúncio do ETA de afastamento das ações violentas.
Fazendo referência à instrução pastoral aprovada pela Assembléia Plenária dos bispos em novembro de 2002, "Valor moral do terrorismo na Espanha, de suas causas e de suas conseqüências", o porta-voz citou dois de seus artigos no que o Episcopado espanhol afirma que o ETA não pode ser considerado "interlocutor político de um Estado político".
O outro artigo citado por Martínez Camino, destaca que "a Constituição é hoje o marco jurídico de referência para a convivência" e que "pretender unilateralmente alterar esta ordem jurídica em função de uma determinada vontade de poder, local ou de qualquer outro tipo, é inadmissível".
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Por último, o Secretário reiterou a solidariedade da Igreja Católica na Espanha "com as pessoas que sofrem e sofreram" com os crimes e ações terroristas do ETA, "com seus assassinatos e seus amedrontamentos". "A Igreja está com as vítimas do terrorismo", concluiu.
Esperança de uma paz definitiva
Por outro lado, o Arcebispo de Zaragoza, Dom Manuel Ureña Pastor, expressou sua satisfação pelo anúncio de "cessar fogo permanente" do ETA e sua esperança de que este anúncio seja o "prelúdio" de uma época "duradoura e definitiva" de paz.
Depois de saber do comunicado do grupo terrorista basco, o Prelado manifestou sua alegria porque é o "tinha desejado faz tempo". Do mesmo modo, mostrou-se otimista ao dizer que isto no final acabará com um período em que o ETA cometia atentados e que, portanto, "triunfará o bem e a misericórdia de Deus".
"Espero e desejo que se inaugure um período de paz no País Basco e em toda a Espanha e que este se mantenha definitivamente", expressou o Arcebispo.